Pleonasmo: O Que É, Exemplos, Curiosidades e Como Usar Corretamente

Pleonasmo: O Que É, Exemplos, Curiosidades e Como Usar Corretamente

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Imagem: Blog figuras de linguagem esquematizada

A língua portuguesa é rica em recursos que tornam a comunicação mais expressiva, elegante e, muitas vezes, até mais poética. Entre essas ferramentas, encontramos as figuras de linguagem, que são recursos estilísticos usados para dar mais beleza, clareza ou ênfase às mensagens. Dentro desse universo, uma figura muito conhecida — e, por vezes, polêmica — é o pleonasmo.

Você já deve ter ouvido alguém dizer frases como:

  • “Subir para cima”
  • “Entrar para dentro”
  • “Sair para fora”

Provavelmente, alguém logo corrigiu, dizendo que isso é redundante, que não se deve falar assim. Mas será que sempre o pleonasmo está errado? Ele é só um erro de linguagem ou pode ser usado de forma intencional e estilística?

Neste artigo, você vai entender tudo sobre o pleonasmo: o que é, quando usá-lo, quando evitá-lo, além de ver muitos exemplos práticos e curiosidades que vão ampliar seu domínio sobre o tema.



O Que É Pleonasmo?

O pleonasmo é uma figura de linguagem caracterizada pela repetição de uma ideia já contida na própria palavra, expressão ou verbo da frase.

Em termos simples, é quando usamos palavras que reforçam uma ideia que já estava subentendida. Isso pode ocorrer tanto de forma intencional, como recurso estilístico, quanto de forma involuntária, sendo considerado um vício de linguagem.

Origem do Termo

A palavra pleonasmo vem do grego pleonasmós, que significa “excesso” ou “superabundância”. Ou seja, algo que vai além do necessário.

Tipos de Pleonasmo

O pleonasmo pode ser classificado em duas categorias principais:

1. Pleonasmo Literário ou Estilístico

Ocorre quando o uso da repetição é proposital, com a intenção de:

  • Enfatizar uma ideia
  • Dar mais força expressiva à frase
  • Criar efeitos poéticos ou estilísticos

Exemplos de pleonasmo estilístico:

  • “Rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Moraes)
  • “E vi com meus próprios olhos o que aconteceu.”
  • “Chovia uma chuva fina e triste naquela tarde.”

Aqui, o reforço é usado para dar beleza ao texto ou destacar uma emoção.

2. Pleonasmo Vicioso

Neste caso, o uso da repetição não acrescenta valor à comunicação e é visto como um erro de linguagem, sendo desnecessário e, muitas vezes, considerado uma falha na fala ou na escrita.

Exemplos de pleonasmo vicioso:

  • “Subir para cima”
  • “Descer para baixo”
  • “Entrar para dentro”
  • “Sair para fora”
  • “Amanhecer o dia”
  • “Multidão de pessoas”

Esses exemplos são considerados redundantes, já que os próprios verbos ou substantivos já trazem a ideia da ação.

Por Que Usamos Pleonasmos no Dia a Dia?

Apesar de, muitas vezes, serem classificados como vícios de linguagem, os pleonasmos aparecem com frequência na comunicação cotidiana. Isso ocorre por vários motivos:

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Pleonasmo: Certo ou Errado?

A grande dúvida: é certo ou errado usar pleonasmo?

A resposta é: depende do contexto.

  • Em textos literários, poéticos, musicais e até publicitários, o pleonasmo é bem-vindo e até recomendado para dar ritmo, beleza e reforçar emoções.
  • Em textos acadêmicos, científicos, técnicos ou formais, o pleonasmo, principalmente o vicioso, deve ser evitado, pois prejudica a clareza, a objetividade e a elegância do texto.

Exemplos Famosos de Pleonasmo na Literatura e na Música

Literatura:

  • “Chovia uma triste chuva de resignação.” (José de Alencar)
  • “E sorri meu sorriso mais largo.” (Clarice Lispector)

Perceba que, nesses casos, há um reforço poético que não é visto como erro, mas como recurso de estilo.

Música:

  • “Quero ver você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz…” (Roberto Carlos)
    Aqui, “não olhar pra trás” é pleonasmo, já que “olhar pra trás” já pressupõe voltar-se.
  • “Viver a vida…” (Diversas músicas usam essa expressão)
    Viver já é viver a vida, mas o reforço torna a frase mais enfática.

Lista de Expressões Pleonásticas do Cotidiano

Consideradas Viciosas:

  • Elo de ligação
  • Conviver junto
  • Ganhar grátis
  • Planejar antecipadamente
  • Adiar para depois
  • Expressar com palavras
  • Encarar de frente
  • Hemorragia de sangue

Consideradas Estilísticas (dependendo do contexto):

  • Vi com meus próprios olhos
  • Ouvi com meus próprios ouvidos
  • Me alegro de alegria verdadeira
  • Subi subindo (expressão usada, por exemplo, em músicas ou literatura de tom coloquial)

Como Evitar o Pleonasmo Vicioso

Se você quer escrever ou falar de forma mais clara, objetiva e elegante, veja algumas dicas para evitar os pleonasmos indesejados:

  1. Revise seu texto: Leia procurando palavras que sejam desnecessárias para o entendimento.
  2. Atenção aos verbos: Muitos verbos já trazem uma ideia completa. Exemplo: “subir” já indica “para cima”, então “subir para cima” é redundante.
  3. Fuja de expressões automáticas: Algumas estão tão presentes na fala que passam despercebidas, como “planejar antecipadamente”.
  4. Prefira a simplicidade: Textos simples são mais eficientes. Retirar redundâncias torna sua escrita mais profissional.
  5. Leia bons autores: Eles são uma ótima referência para entender quando o pleonasmo é bem-vindo e quando deve ser evitado.

Curiosidades Sobre o Pleonasmo

  • Muitas expressões pleonásticas fazem parte do jeito regional de falar em várias regiões do Brasil, especialmente no Nordeste, Centro-Oeste e interior do país.
  • Alguns pleonasmos foram incorporados de forma tão forte na linguagem que são aceitos até por alguns gramáticos, especialmente na fala.
  • Na publicidade, o pleonasmo é frequentemente usado como estratégia de reforço da mensagem. Exemplo: “Ganhe grátis!” Apesar de redundante, chama atenção do consumidor.

Conclusão

O pleonasmo, como vimos, é uma figura de linguagem que pode ser tanto um erro quanto um recurso expressivo, dependendo do contexto. Saber a diferença entre pleonasmo estilístico e pleonasmo vicioso é essencial para quem deseja se comunicar de forma mais eficaz, seja na escrita, seja na fala.

Portanto, não se trata simplesmente de certo ou errado, mas sim de entender a função de cada escolha linguística no contexto em que ela se insere.

Dica final: Ao escrever textos acadêmicos, evite o pleonasmo vicioso. Mas, na poesia, na música, no marketing e até na conversa informal, ele pode ser seu aliado na construção de uma comunicação mais expressiva e envolvente.

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